- ANOMALIAS CONGÊNITAS E DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL E DA PELVE
- ANOMALIDADES DOS DEDOS MENORES
- ARTRITE REUMATOIDE
- ARTROGRIPOSE MÚLTIPLA CONGÊNITA
- Artrose Facetária
- CONSIDERAÇÕES TERAPÊUTICAS GERAIS
- CONSOLIDAÇÃO RETARDADA E PSEUDOARTROSE DE FRATURAS
- CONSOLIDAÇÃO VICIOSA DE FRATURAS
- CONTRATURA DE DUPUYTREN
- Dedo em Martelo e Dedo em Garra
- DISTÚRBIOS TRAUMÁTICOS
- DOENÇAS NEUROMUSCULARES
- Escoliose
- Espondilolistese
- Estenose de Canal Lombar
- Fratura por Osteoporose
- Hérnia de Disco Cervical
- Hérnia de Disco Lombar
- INFECÇÃO
- LESÕES CÍSTICAS
- LESÕES DE JOELHO
- LESÕES DE NERVOS PERIFÉRICOS
- LESÕES DE TENDÕES FLEXORES E EXTENSORES
- LESÕES DO COTOVELO
- LESÕES DO OMBRO E COTOVELO
- LESÕES DO TORNOZELO
- Lesões Fibrosas
- LESÕES NERVOSAS
- Lombalgia
- LUXAÇÕES AGUDAS
- LUXAÇÕES INVERTEBRADAS NÃO-REDUZIDAS
- LUXAÇÕES RECIDIVANTES
- MÃO PARALITICA
- MIELOMENINGOCELE
- OSTEOCONDROSE OU EPIFISITE E OUTRAS AFECÇÕES
- OSTEOMIELITE
- PARALISIA CEREBRAL DA MÃO
- PARALISIA DE MÚSCULOS ESPECÍFICOS
- PÉ DIABÉTICO
- PÉ PLANO
- PÉ REUMATÓIDE
- RIZOTOMIA PERCUTÂNEA
- SÍNDROMES COMPARTIMENTAIS E CONTRATURA DE VOLKMANN
- Sinovite Crônica
- TALIPE CALCÂNEO
- TRANSTORNOS DAS UNHAS E DA PELE
- Transtornos Paralíticos
- TRASNTORNOS DO HÁLLUX
- TUMORES BENIGNOS (Ocasionalmente Agressivos) do OSSO
- TUMORES DOS TECIDOS MOLES E CONDIÇÕES NÃO-NEOPLÁSICAS QUE SIMULAM TUMORES ÓSSEOS.
- TUMORES ÓSSEOS BENIGNOS DIVERSOS
- TÚNEL DO CARPO, TÚNEL ULNAR E TENOSSINOVITE ESTENOSANTE
- Úlcera Diabética - pé
Displasia Congênita e do Desenvolvimento do Quadril
A displasia congênita do quadril (DCQ) geralmente abrange a sub-luxação (luxação parcial) da cabeça do fêmur. O quadril esquerdo costuma ser mais acometido que o direito, e o envolvimento bilateral é mais comum que aquele que afeta apenas o quadril direito.
Foram propostas várias teorias para explicar as causas da displasia congênita do quadril, inclusive fatores mecânicos, frouxidão articular induzida por hormônios, displasia acetabular primária e herança genética. O parto com apresentação pélvica, com as forças mecânicas da flexão dos quadris, pode facilmente ser visto como uma causa de luxação da cabeça do fêmur.
O tratamento de displasia congênita ou displasia de desenvolvimento do quadril depende da idade do paciente e é delineado de acordo com o quadro patológico específico. Foram definidos cinco grupos de tratamento relacionados com a idade (1)recém-nascido, do nascimento aos 6 meses de idade; (2) criança de 6 a 18 meses de idade; (3) criança de 18 a 36 meses de idade; (4) criança de 3 a 8 anos de idade; e (5) pré adolescente e adulto jovem, com mais de 8 anos de idade.
Deformidade dos dedos menores, particularmente do segundo dedo, às vezes está relacionada com a instabilidade da articulação metatarsofalângica. Geralmente, as deformidades dos dedos menores ocorrem em mulheres que usam sapatos de salto alto, constritivos e atletas com sobrecarga excessiva em hiperextensão constante dos dedos.
Os pacientes com sinovite e instabilidade da articulação metatarsofalângica geralmente têm uma evolução insidiosa, lentamente progressiva, de metatarsalgia, especialmente ao usar sapatos de salto alto e de formas inadequadas. Ocasionalmente, sintomas neurogênicos podem estar presentes no segundo espaço inerdigital, com irradiação para o segundo e terceiro dedos. Alguns pacientes, especialmente atletas, podem lembrar uma lesão aguda em hiperextensão do pé que desencadeou o ciclo de dor. Inicialmente, a dor ocorre em posição ortostática, mas assim que os sintomas persistem alguns pacientes podem ter dor mesmo fora do apoio.
Tratamento
Nas fases iniciais da sinovite quando deformidade mínima está presente, uma única injeção de cortisona intra-articular, antiinflamatórios orais, suportes metatarsais, esparadrapagem do dedo em uma posição neutra e uso de sapatos de sola rígida podem eliminar a dor e evitar deformidades. A adição de um suporte e uma palmilha ou uma barra transversa diretamente na sola do sapato podem ajudar a eliminar forças de extensão sobre o dedo.
Atrite Reumatóide de início Adulto
A artrite reumatóide é uma doença inflamatória sistêmica crônica, mais frequentemente comprometendo as pequenas articulações das mãos e pés, embora qualquer articulação sinovial possa ser afetada.
A causa exata da artrite reumatoide permanece desconhecida. Durante os últimos anos, no entanto, o conhecimento da natureza e patogênese da doença aumentou, e o seu tratamento, clínica e cirurgicamente, foi aperfeiçoado. Este aperfeiçoamento no tratamento é mais evidente nos centros que empregam a abordagem de equipe e utilizam de modo completo os serviços de reumatologistas, cirurgiões ortopédicos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais para decidir o momento apropriado para os vários procedimentos e para ministrar tratamento antes, durante e depois da cirurgia.
O quadro clínico da artrite reumatoide é caracterizado por sinovite e destruição articular. A sinovite tende a aumentar e diminuir iniciamente é tratada farmacologicamente.
Artrogripose múltipla congênita, ou contraturas múltiplas congênitas, é uma síndrome não-progressiva caracterizada por articulações deformadas e rígidas; atrofia ou ausência de músculos ou grupos de músculos; membros acometidos cilíndricos, fusiformes ou cuneiformes e com menos pregas cutâneas e tecido subcutâneo; contratura das cápsulas articulares e dos tecidos periarticulares; luxação das articulações, especialmente dos quadris e joelhos; sensibilidade e inteligência normais.A incidência de artrogripose é de 1 por 3.000 nascimentos vivos.
As deformidades mais comuns do membro inferior são pé torto rígido e contraturas fixas dos joelhos por flexão ou extensão. Os principais problemas no membro superior geralmente são ombros rígidos, aduzidos e girados medialmente; contraturas do cotovelo; deformidades fixas graves e contraturas de articulações metcarpofalângicas e interfalângicas.
O exame clínico é a melhor modalidade para o estabelecimento do diagnostico. Os exames radiográficos avaliam a integridade do sistema esquelético, sobretudo na presença ou ausência de quadris ou joelhos luxados, escoliose e outras anomalias.
O tratamento deve concentrar-se em obter a máxima função, elaborar um programa de exercícios de alongamento passivo para cada articulação contraída, que deve ser seguido por uso de talas seriado com talas termoplásticas feitas sob medida. Lembrando que poderá haver recidiva da deformidade.
As facetas articuladas são pequenas articulações que conectam as vértebras na parte posterior da coluna. Também são conhecidas como articulações Zigoapofisárias. Sua função principal é proporcionar estabilidade rotacional.
Como qualquer outra articulação do corpo, as articulações facetárias podem originar dor, seja por processos de desgaste articular (artrodese facetária), seja por estados inflamatórios. O desgaste das articulações facetarias é um processo normal do envelhecimento, apenas em algumas pessoas ele se torna um problema, provocando sintomas dolorosos.
Sinais e sintomas
Cervicais
A sintomatologia é de dor ao nível do pescoço e das escápulas. Esta pode se irradiar para perto dos ombros.
A dor normalmente piora com a extensão do pescoço e durante a palpação local.
Lombares
Dor lombar que pode irradiar até a região posterior da coxa. Dor com piora a hiperextensão da coluna e melhora a flexão da coluna.
Diagnóstico
Radiografia
Avalia a artrose das articulações
Ressonância magnética
Avalia a presença de líquido e grau de artrose facetária.
Tratamento
Ainda não existem tratamentos para curar o desgaste das articulações. As técnicas têm por objetivo aliviar a dor crônica que se origina do desgaste ou inflamação das articulações facetarias.
Infiltração Facetária
A infiltração facetária consiste em puncionar a articulação (ou pontos muito próximos da articulação) com uma agulha e aplicar medicações anestésicas e anti-inflamatórias no local. De certa forma, é um processo semelhante às infiltrações usadas no tratamento de patologias de joelho ou ombro. O objetivo do procedimento é o alívio temporário dos sintomas, embora, em alguns casos, esse alívio possa ser bastante duradouro. Além disso, um bom resultado com uma infiltração pode ajudar a selecionar o paciente para o procedimento de denervação por rádio – frequência. Está é uma técnica percutânea, feita sem necessidade de hospitalização.
Denervação Facetária por Rádio-frequência
Nesta técnica, um eletrodo em forma de agulha é colocado sobre os pequenos nervos que transmitem a dor das articulações facetárias desgastadas. Estes eletrodos são ligados a um aparelho de rádio-frequência, que fornece uma quantidade controlada de energia, fazendo a coagulação destes nervos. A destruição destes pequenos ramos nervosos leva a uma anestesia das articulações dolorosas.
É bom frisar que os ramos nervosos destruídos no procedimento são minúsculos, estando envolvidos apenas com a dor das articulações facetarias. Não são os mesmos nervos que levam a sensibilidade e o movimento das pernas ou braços, por isso o procedimento é bastante seguro.
A denervação facetária por rádio-frequência também é uma técnica percutânea, feita sem necessidade de hospitalização, e sua vantagem sobre a infiltração facetária é uma maior durabilidade dos resultados.
Cirurgia de artrodese minimamente invasiva
Paciente que apresenta dor associada a pequenas instabilidades a artrodese minimamente invasivas com sistemas dinâmicos apresentam bons resultados.
Fraturas
É comum a ocorrência de fraturas em crianças portadoras de doença neuromuscular, decorrentes de osteoporose por inatividade e quedas frequentes. Com estudos constataram a existência de uma redução significativa na densidade mineral óssea através de exame de densitometria óssea em meninos com distrofia muscular de Duchenne, com 44% de fraturas confirmadas. A maioria das fraturas são fraturas metafisárias e sem deslocamento, que se consolidam rapidamente.
Órteses
A sustentação da coluna costuma ser feita com um colete bivalvado de polipropileno revestido com espuma macia de polietileno de contato total anterior e posterior ou órtese tóraco-lombo-sacra com abertura anterior e preservação da lordose lombar. A sustentação ajuda o equilíbrio na posição sentada e pode tornar mais lenta, porém não impedir, a progressão da deformidade da coluna. As órtese para tornozelo e o pé ajudam a posicionar o tornozelo e o pé em uma posição plantígrada, objetivando impedir a ocorrência de deformidades progressivas em equino e equinovaro.
Sistemas para acomodação na posição sentada
A deambulação é difícil e frustrante para a maior parte das crianças com grave doença neuromuscular, e pode ser necessária a utilização de cadeira de rodas. A cadeira – manual ou elétrica – deve ser cuidadosamente moldada. Uma cadeira estreita com um assento firme aumenta a apoio pélvico, e um encosto firme e leve extensão apóia a coluna. Suportes laterais para a coluna adaptados na cadeira poderão ajudar o equilíbrio na posição sentada, mas não impedirão a progressão na posição sentada, mas não impedirão a progressão da escoliose. Clínicas especializadas podem fornecer cadeiras especialmente adaptadas a cada paciente com diversas opções para uso diário. Tais cadeiras acomodarão qualquer deformidade da coluna e obliquidade pélvica existente.
Consolidação Retardada
A diferença entre consolidação retardada e pseudoartrose é principalmente de grau. Não se pode estabelecer arbitrariamente o tempo que levará para ocorrer consolidação em determinada fratura. A consolidação e considerada retardada quando a cicatrização não avançou na velocidade média para a localização do tipo de fratura (habitualmente, 3 a 6 meses).
Frequentemente, a consolidação retardada pode ser considerada com êxito por um molde de gesso eficaz, que possibilita a máxima função possível. Frequentemente, nas extremidades superiores são possíveis apenas exercícios dos dedos e do ombro; na extremidade inferior, a sustentação do peso em um aparelho deambulatório bem ajustado muitas vezes acelera a consolidação. Esse tratamento conservador pode ter continuidade por mais 4 a 12 semanas.
Pseudoartrose
Não se justifica um diagnóstico de pseudoartrose até que evidência clínica ou radiográfica, demonstre que a consolidação foi interrompida, e que é altamente improvável a ocorrência de consolidação. O desenvolvimento da pseudoartrose provavelmente está mais relacionado à lesão aos tecidos moles que ao método de tratamento inicial.
A incidência de pseudoartrose nos ossos longos caria de osso para osso e om os métodos de tratamento das fraturas agudas. Recentemente, com o uso mais frequente de pinos intramedulares com travamento para tratamento de fraturas agudas, as pseudoartroses depois de fraturas do fêmur tornaram-se raras, e por causa da frequência de fraturas expostas graves da tíbia, é provável que esse osso longo seja o local mais frequente de pseudoartrose.
Considerações antes da cirurgia
Deve-se considerar o tratamento sistêmico e local da fratura no tratamento de pseudoartroses; os fatores metabólicos e nutricionais devem ser aperfeiçoados, os pacientes encorajados a abandonar o tabaco e o álcool, e talvez haja necessidade de mudar os níveis de atividade dos pacientes antes do tratamento para pseudoartroses.
Fatores Complicadores da Pseudoartrose
Pseudoartroses podem ser complicadas por infecção, má qualidade dos tecidos moles, fragmentos periarticulares pequenos ou deformidade significativa.
Infecção
É preciso que cirurgião tenha considerável bom senso ao tratar uma pseudoartrose de fratura infectada. Três modos de tratamento inteiramente diferentes têm sido mais frequentemente recomendados para esse difícil problema.
Tratamento Convencional: Os objetivos desse tratamento são converter uma pseudoartrose infectada e secretante em uma pseudoartrose que fique sem drenagem durante vários meses e, em seguida, proporcionar a consolidação da pseudoartrose através do enxerto ósseo. Frequentemente, esse método de tratamento levará 1 ano ou mais para se completar , e comumente resulta em enrijecimento das articulações adjacentes.
Tratamento Ativo: O objetivo do método ativo consiste em obter precocemente a consolidação óssea, o que abreviará o período de convalescença e preservará os movimentos das articulações adjacentes. O primeiro passo é a restauração da continuidade óssea. Isso tem prioridade absoluta sobre o tratamento da infecção.
Método Ilizarov: Para eliminar, a infecção e obter consolidação, deve-se aumentar a vascularidade. Nessa abordagem o objetivo concretiza-se por corticotomia e aplicação de seu fixador externo circular. Recomenda-se desbridamento aberto para remover segmentos necrosados e infectados totalmente antes da osteossíntese, com o objetivo de eliminar a lacuna óssea.
Fratura com consolidação viciosa é aquela que consolidou com os fragmentos em uma posição não-anatômica. Se a deformidade tem má aparência ou não, ela pode comprometer a função de diversos modos.
Em geral, consolidações viciosas são causadas por redução imprecisa ou por imobilização ineficaz durante o processo de consolidação. Na maioria das vezes, esses problemas podem ser prevenidos pelo tratamento competente de fraturas recentes; contudo, em alguns casos ocorre consolidação viciosa, apesar do tratamento mais especializado.
O objetivo da cirurgia para consolidação viciosa é restaurar a função. Embora a melhora da aparência da parte afetada possa ser igualmente importante para o paciente, raramente a cirurgia se justifica apenas por razões estéticas.
PÉ
Falangens dos dedos do pés
Consolidação viciosa de fraturas das falangens dos dedos dos pés raramente causará suficiente incapacidade que justifique uma cirurgia. Entretanto, uma deformidade que esteja causando dor poderá ser facilmente corrigida por uma incisão lateral ou dorsal que não lesiona tendões. Pode ser suficiente osteotomia e alinhamento dos fragmentos. Contudo, para uma correção completa, talvez haja necessidade de ressecção ampla, que pode ser feita sem restrições, porque os dedos dos pés não requerem movimentos habilidosos.
Ossos Metatarsais
Se a consolidação viciosa do colo ou da diáfise de um metatarsal está causando incapacidade, na maioria das vezes os fragmentos estão angulados na direção da superfície plantar do pé, o que gera nessa região uma massa óssea; se a fratura se apresentava com grave comiuição, a massa pode simular um tumor. A cirurgia não deve ter por objetivo a restauração de uma posição e alinhamento perfeitos, mas apenas a correção da angulação, para que a sustentação do peso não cause pressão dolorosa sobre a planta do pé.
Patela
Os sintomas de uma fratura com consolidação viciosa da patela são semelhantes aos da condromalacia avançada. A incapacidade é proporcional ao grau de irregularidade da superfície articular da patela e da superfície articular correspondente do fêmur. Mesmo para uma consolidação viciosa relativamente recente, frequentemente o procedimento de escolha é uma patelectomia.
A doença de Dupuytren é uma fibroplastia proliferativa do tecido palmar subcutâneo, que ocorre na forma de nódulos e cordões, e que pode resultar em contraturas secundárias progressivas e irreversíveis das articulações do dedos.
Aproximadamente 5% dos pacientes com contraturas de Dupuytren têm lesões semelhantes na fáscia plantar medial de um dos ambos os pés, conhecidas como doença de Ledderhose, e 3% conhecida como doença de Peyronie.
A lesão tem sido relatada como mais frequente e grave em pessoas com diabetes melito ou com epilepsia. O comprometimento, embora frequentemente bilateral (45%), raramente e simétrico.
A lesão habitualmente começa em linha com o dedo anular na prega palmar distal e progride até comprometer os dedos anular e mínimo. Desconforto é raro e habitualmente consiste em prurido ou dor ocasional, no início do desenvolvimento dos nódulos.
Tratamento
O tratamento mais comum é o cirúrgico. Relatos sobre ensaios clínicos avaliando injeções de colagenase clostridial como tratamento não-operatório mostraram liberação imediata e acentuada da contratura das articulações metacarpofalângicas; entretanto, este tratamento ainda se encontra em experiência clínica atualmente. N a ausência da contratura, nenhum tratamento está indicado, porque os nódulos e cordões geralmente são indolores. O ideal é operar os pacientes quando sua doença está mais madura e a tendência de o trauma cirúrgico acelerar o processo de doença for menor.
Tratamento Pós- Operatório
Um curativo compressivo é usado por 24 horas, depois substituído por um outro menor, e movimentos ativos da mão e dos dedos são encorajados. Uma tala noturna moldada à correção da contratura é usada durante 3 meses.
Dedos em garra podem ser causados por doenças neuromusculares. Os músculos intrínsecos do pé, especificamente os interósseos, passam plantares ao eixo de rotação da articulação metatarsofalângica, promovendo flexão desta articulação. A perda da função intrínseca do pé leva a um desequilíbrio, permitindo que o extensor longo dos dedos estenda a articulação metatarsofalângica e o flexor dos dedos flexione as articulações interfalângicas.
Embora as causas da deformidade de dedo em garra possam ser facilmente compreendidas, a maioria dos dedos em martelo não tem nenhum desequilíbrio intrínseco subjacente.
Fatores comumente contribuintes para deformidade de dedo em martelo incluem o uso em longo prazo de sapatos mal adaptados. A compressão dos dedos dentro de uma forma apertada posiciona mal as articulações metatarsofalângicas e interfalângicas e, com o passar do tempo, pode levar a deformidades flexíveis e eventualmente fixas destas articulações.
Tratamento
O tratamento conservador do dedo em martelo geralmente e desapontador. Vários coxins e ataduras estão disponíveis comercialmente para reduzir a deformidade e aliviar a pressão sobre articulações dolorosas.
Os procedimentos opratórios seguintes não são todos os disponíveis para tratar dedos em martelo, mais exatamente, eles são os procedimentos geralmente mais recomendados, pois há dados de acompanhamento que lhes dão suporte.
Síndrome do Compartimento
Murabak definiu síndrome do compartimento como uma elevação na pressão intersticial em um compartimento osteofascial, que resulta em comprometimento microvascular. Mais comumente, estão envolvidos compartimentos com estruturas fasciais ou ósseas relativamente não-complacentes, especialmente os compartimentos anterior e posterior profundo da perna e o compartimento volar do antebraço. Contudo, a síndrome do compartimento pode ocorrer em qualquer local em que o músculo esquelético esteja envolvido por uma quantidade substancial de fáscia, por exemplo, na nádega, coxa, ombro, mão, pé, braço, e músculos paraespinais lombares.
As síndromes do compartimento podem ser classificadas como agudas ou crônicas, dependendo da causa do aumento da pressão e da duração dos sintomas.
Rupturas de Músculos e Tendões
A causa mais frequente de ruptura parcial ou completa de um músculo ou tendão é a sobrecarga excêntrica da unidade musculotendínea. Outros mecanismos de lesão incluem: golpe direto com a borda cortante de um objeto, sobre um músculo ativamente contraído, e lacerações abertas.
Sobrecarga muscular é definida como uma lesão indireta a um músculo, causando sobrecarga de tensão em um músculo passivo, ou sobrecarga excêntrica em um músculo em contração ativa.
Um fator que contribui para a sobrecarga muscular é a fadiga. Que torna o músculo incapaz de absorver muita força excêntrica antes da sobrecarga. Outro fator que pode levar a este tipo de lesão muscular é a tensão intrínseca no músculo, especialmente naqueles que atravessam duas articulações, como os isquiotibiais, o reto femoral e o gastrocnêmio.
Lesões musculares por sobrecarga são inicialmente tratadas com gelo, repouso e medicação anti-inflamatória; em seguida, o paciente cumprirá um programa de alongamento e fortalecimento progressivo, quando os sintomas desaparecerem. Se o paciente não conseguir recuperar completamente a flexibilidade e a força normal da unidade musculotendínea, haverá maior risco de lesão recorrente subsequente.
Lesões do Tendão do Calcâneo
Os mecanismos de ruptura do tendão do calcâneo considerados mais comuns são impulsão com a parte anterior do pé que está sustentando o peso durante a extensão do joelho, dorsiflexão do tornozelo súbita e inesperada e dorsiflexão violenta do pé em flexão plantar, como ocorre quando a pessoa cai de um local elevado. A ruptura também pode ocorrer por um golpe direto ao tendão contraído, ou em decorrência de uma laceração.
Provavelmente a causa de ruptura do tendão do calcâneo é uma combinação de fatores – uma área relativamente hipovascular e microtraumatismos repetidos – que ocasiona um processo inflamatório reparador que é incapaz de adaptar-se no estresse, devido à vascularidade reduzida. Então, uma sobrecarga mecânica completa a ruptura.
Tratamento
E recomendado o tratamento conservador, por causa dos resultados semelhantes obtidos com esse tipo de tratamento e com o tratamento cirúrgico, ao serem avaliados fatores como amplitude de movimentos, resistência, força e nível funcional. E recomendado o reparo cirúrgico para atletas por causa da baixa porcentagem de ocorrência de nova ruptura.
As doenças neuromusculares em crianças abrangem quadros clínicos que afetam a medula espinhal, os nervos periféricos, as junções neuromusculares e os músculos. É imprescindível que seja firmado um diagnostico preciso, pois os procedimentos comumente empregados para o tratamento das deformidades em pacientes com doença neuromuscular, como poliomielite ou paralisia cerebral, podem não ser apropriados para as doenças neuromusculares hereditárias.
O diagnostico é estabelecido com base em um histórico familiar detalhado, no exame clínico e em exames laboratoriais, eletromiografia, estudos de velocidade de condução nervosa e biopsia de tecidos nervoso e muscular.
O tratamento ortopédico visa impedir o agravamento das deformidades e conferir estabilidade ao sistema esquelético com o intuito de melhorar a qualidade de vida destas crianças.
Escoliose é um desvio da coluna vertebral no plano frontal, ou seja a coluna esta desviada para a esquerda ou para a direita. Hoje sabemos que essa deformidade e tridimensional causando além desse desvio uma rotação da coluna vertebral, sendo responsável pela assimetria das mamas e caixa torácica.
“Quando observamos o indivíduo de frente ou de costa com uma assimetria entre a altura dos ombros ou cintura pode ser um sinal de escoliose”
Existem diversos tipos de escoliose a mais comum é a idiopática com cerca de 80% dos casos, outras causas mais comuns são: congênita, neuromuscular, degenerativa. Também temos a escoliose secundária a uma assimetria de membros inferiores.
Causas
Em cerca de 80% dos casos, nenhuma causa é encontrada e falamos, então, de escolioses idiopáticas. A frequência de escolioses familiares é relatada por diversos autores, entre 30 á 60%, sendo 40% o índice mais frequentemente citado. Atualmente, os especialistas convergem em direção a uma hereditariedade multifatorial.
Existem algumas escolioses com causa definida, como, por exemplo, na paralisia cerebral, ou outras de fundo neurológico, bem como escolioses causadas por mal formações, poliomielite, distrofias musculares, síndromes específicas (Mafan, Rett, Ehlers – Danlos, etc.), tumores , etc.
Exame Físico
O paciente deve ser examinado de frente e de costas onde analisamos a assimetria da altura dos ombros, escápula e crista ilíaca. Ao examinar o paciente lateralmente avaliamos as curvas fisiológicas da coluna como lordose lombar e cifose dorsal.
Na inspeção também observamos a presença de alterações de pele como manchas “café com leite”, tufos pilosos que são sinais de escolioses que são sinais de deformidades com etiologia específicas.
Deve – se medir os membros inferiores, pois escolioses lombares a deformidade pode originar dessa dismetria.
Sempre realizar o teste de “Adams” pedindo para o paciente fletir o tronco e o médico observa assimetria do tronco e a região lombar do paciente. É um sinal precoce da presença de deformidade.
A presença de deformidade associada à alteração no exame neurológico (força muscular, alterações sensitivas e reflexos patológicos) pode ter como etiologia tumor causando irritação de raízes nervosas e originando a escoliose, por isso sempre realizar uma boa avaliação neurológica.
Exames de Imagem
Radiografia
A radiografia permite o diagnóstico e avaliar a melhor forma de tratamento. As posições solicitadas são de frente e perfil em filmes grandes que possibilitem avaliar as 3 curvas da coluna cervical torácica e lombar.
Quando o paciente tem o diagnóstico confirmado é necessária à realização de radiografias em inclinação para avaliar a flexibilidade da deformidade, e de bacia para avaliarmos a maturidade esquelética.
Na radiografia medimos o “Ângulo COBB extremamente importante na condução do tratamento”.
Ressonância Magnética
Deve ser solicitadas em deformidades atípicas, curvas de raio curto, rápida progressão, dor e alterações neurológicas.
Tratamento
O tratamento divide-se em observação, uso de colete e cirurgia. Na indicação de uma das três formas de abordagem levamos em consideração o grau da deformidade pelo ângulo COBB medido nas radiografias de coluna, a flexibilidade da curva e a maturidade esquelética.
Curvas até 20 graus COBB observamos a evolução da deformidade através de radiografias a cada 3 meses. Muitas dessas deformidades não evoluem, e somente as que evoluírem deve-se colocar colete.
Curvas entre 20 e 40 graus COBB recomenda-se o uso de coletes “MILWAUKEE” ou TLSO.
Curva acima de 40 graus COBB está indicada a abordagem cirúrgica quando está associado a uma descompensação do tronco.
A cirurgia pode ser feita por abordagem anterior ou posterior. O planejamento do número de vértebras a serem incluídas durante o procedimento da cirurgia e o tamanho da incisão cirúrgica dependerá da magnitude e tipo de curva.
O termo espondilolistese é usado para descrever várias doenças da coluna onde uma vértebra escorrega saindo do alinhamento normal com a outra vértebra.
“Escorregamento de uma vértebra sobre a outra vertebral”
Causas
Existem cinco causas de espondilolistese:
Istímica – Fratura por stress do pars articular vertebral ocorrendo mais comumente entre a idade de 5 a 8 anos e também é um importante diagnóstico diferencial entre atletas com queixa de dor lombar.
Degenerativo – Nesse caso o escorregamento ocorre por uma alteração degenerativa das facetas articulares que evoluem com uma frouxidão e perda da sustentação do alinhamento vertebral.
Congênita – Alterações importantes na coluna vertebral propiciando o escorregamento vertebral.
Tumor e infecções – Causando destruição em alguma estrutura da coluna vertebral propiciando o escorregamento.
Sinais e sintomas
Dor lombar que piora durante atividade física e melhora no repouso. A dor também é pior em pé ou andando.
Dor ciática devido a compressão de estruturas nervosas.
Alterações de sensibilidade como: formigamento ou dormência em alguma região do membro inferior.
Diagnóstico
Radiografia da coluna no plano frontal e perfil possibilita o diagnóstico na maioria dos casos.
Tomografia computadorizada solicitada para melhor avaliação da lesão do “pars articular” e na avaliação do potencial de consolidação em listeses de baio grau.
Ressonância magnética lombar necessária quando o paciente apresenta déficit neurológico associado ou dor irradiada para membros inferiores, possibilitando uma melhor avaliação das estruturas comprimidas.
Tratamento
Conservador
A maioria dos pacientes apresentam melhora da sintomatologia com o tratamento conservador onde se realiza o fortalecimento da musculatura do tronco (abdominal oblíquo e musculatura das costas). Diariamente esses exercícios devem ser realizados. O uso de medicações analgésicas e anti-inflamatórias no processo agudo. Pode-se também usar por curtos períodos órteses que ajudam no controle da dor.
Cirurgia
Indicada na falha do tratamento conservador com persistência da dor nas costas ou dor irradiada para os membros inferiores. Também na progressão do grau de escorregamento. Na faixa etária abaixo dos 18 anos há indicação quando o escorregamento é muito severo independente as sintomatologia do paciente.
Técnicas – Abordagem anterior com uso de Cage e placa. Abordagem posterior com o uso de descompressão e estabilização com parafusos pediculares. Em graus severos pode-se indicar a estabilização combinada via anterior posterior.
Estenose lombar é o estreitamento do canal vertebral na região lombar, O canal vertebral contém a medula espinhal desde a porção cervical até a porção lombar alta.
A porção média e a inferior do canal lombar contêm as raízes nervosas da chamada cauda equina. O canal estreito pode comprimir estas raízes e determinar sinais e sintomas neurológicos.
Causas
Congênita
Paciente que apresentam estreitamento do canal vertebral por formação constitucional e devido protusões discais e leves alterações facetárias cursam precocemente com compressão das estruturas nervosas e sintomatologia dolorosa.
Adquirida
Ocorre durante a vida em pacientes que devido a espondilodiscoartrose desenvolvem estreitamento do canal vertebral ocorrendo geralmente a partir da quinta década de vida.
Sinais e sintomas
Dor lombar
Dor irradiada para nádega ou membros inferiores
Alterações de sensibilidade
Dificuldade progressiva ao deambular claudicação neurogênica
Perda de força em membros inferiores
Tronco encurvado anteriormente ao ficar em pé, postura esta que alivia a dor e melhora os outros sintomas.
Diagnóstico
Radiografia avalia a curvatura da coluna vertebral e podemos realizar exames dinâmicos para observar instabilidade.
Ressonância magnética lombar evidencia com melhor clareza as estruturas nervosas comprimidas.
Tomografia lombar solicitada para avaliar calcificações ligamentares, diâmetro do forâmen intervertebral e principalmente osteófitos comprimindo o canal vertebral.
Mielotomografia na impossibilidade de realizar ressonância magnética, e para avaliar instabilidade com compressão das estruturas nervosas.
Diagnóstico Diferencial
Tumor
Hérnia de disco
Espondilolistese degenerativa
Abcesso epidural
Aracnoidite inflamatória
Tratamento
O tratamento conservador pode ser realizado como o uso de coletes, fisioterapia, fortalecimento muscular e manejo da dor com uso de medicações analgésicas ou mesmo infiltrações epidurais ou foraminais.
Diferente da hérnia de disco que o tratamento conservador apresenta bons resultados na estenose de canal lombar muitas vezes a melhora não é mantida por um longo período.
Cirurgia – indicada quando o paciente não apresenta melhora com o tratamento conservador, piora da sintomatologia ou dor incapacitante.
A opção de tratamento dependerá do correto diagnóstico de quais níveis estão comprimidos para avaliarmos as opções cirúrgicas para a descompressão como procedimentos minimamente invasivos ou cirurgias abertas.
A osteoporose é a doença óssea metabólica mais frequente, sendo a fratura a sua manifestação clínica. É definida patologicamente como “diminuição absoluta da quantidade de osso e desestruturação da sua microarquitetura levando a um estado de fragilidade em que podem ocorrer fraturas após traumas mínimos”. É considerado um grave problema de saúde pública, sendo uma das mais importantes doenças associadas com o envelhecimento.
A fratura por osteoporose na coluna vertebral a dor pode ser de dois tipos: Uma é aguda, localizada, intensa, mantendo a paciente imobilizada e relacionada com fratura em andamento. Em situações de dor aguda, inicialmente ela pode ser mal localizada, espasmódica e com irradiação anterior ou para bacia e membros inferiores. A fratura vertebral pode ainda não ser observável com precisão em exame radiológico, dificultando o diagnóstico. A paciente se mantém em repouso absoluto nos primeiros dias. Mesmo sem tratamento, a dor diminui lentamente e desaparece após duas a seis semanas, dependendo da gravidade da fratura. Quando a deformidade vertebral residual é grave, pode permanecer sintomatologia dolorosa de intensidade variável ou esta aparecer tardiamente.
Também ocorrendo com frequência, a dor pode ser de longa duração e localizada mais difusamente. Nestes casos, ocorreu micro fraturas que levam a deformidades vertebrais e anormalidades posturais e consequentes complicações degenerativas em articulações e sobrecargas em músculos, tendões e ligamentos.
Nova fratura vertebral é comum, repetindo-se o quadro clínico. Nas pacientes com dor persistente, esta se localiza em região dorsal baixa e/ou lombar e, frequentemente, também referida a nádegas e coxas. Nesta etapa da evolução da doença as pacientes já terão sua altura diminuída em alguns centímetros à custa das compressões dos corpos vertebrais e do achatamento das vértebras dorsais.
O dorso curvo (cifose dorsal) é característico e escoliose (curvatura lateral) lombar e dorsal aparece com grande frequência. Com a progressão da cifose dorsal há projeção para baixo das costelas e consequente aproximação à bacia, provocando dor local que pode ser bastante incômoda. Nos casos mais avançados, a inclinação anterior da bacia leva a alongamento exagerado da musculatura posterior de membros inferiores e contratura em flexão dos quadris e consequentes distúrbios para caminhar, dor articular e em partes moles. Compressão de raiz nervosa é muito rara.
Tratamento
As drogas mais utilizadas no tratamento da osteoporose atuam diminuindo a reabsorção óssea ou aumentando sua formação como os agentes antirreabsortivos, estrógeno, Calcitonina e Bisfosfonatos, Cálcio, Vitamina D3.
Também devemos orientar no paciente com osteoporose o exercício físico e a prevenção de queda.
Quando ocorre a fratura vertebral devemos instituir o tratamento com medicações analgésicas, coletes, fisioterapia. Não melhorando o quadro de dor ou em casos onde é incapacitante temos como opção de tratamento a vertebroplastia e a cifoplastia.
A hérnia de disco cervical ocorre quando o disco intervertebral sofre uma ruptura na sua parte externa com o extravasamento do conteúdo interno “núcleo pulposo” causando uma compressão de alguma raiz nervosa cervical.
As raízes cervicais são responsáveis pela inervação sensitiva e motora dos membros superiores, então a sua compressão pode ocasionar dor, formigamento, anestesia, perda de força na região do membro superior em que a raiz é responsável.
Sintomas e sinais
Dor cervical com irradiação para musculatura do trapézio e algumas vezes até a escápula.
Dor irradiada para o membro superior que geralmente piora quando esticamos o braço e melhora quando o levantamos.
Parestesia “formigamento” em alguma região do membro superior – diminuição de sensibilidade.
Diminuição dos reflexos nos membros superiores.
Diminuição de força em membro superior restrito a região do membro superior inervada pela raiz nervosa comprimida.
Na hérnia de disco cervical esses sintomas podem apresentar-se isolados ou associados dependendo da evolução e gravidade do caso.
Tratamento
A maioria dos casos melhora com o tratamento conservador uso de medicações analgésicas e fisioterapia e bloqueios de dor. Não havendo melhora indica-se o procedimento cirúrgico.
Os bloqueios de dor radícular e epidural podem ser uma opção para o tratamento da dor sem a necessidade de cirurgia.
A nucleoplastia cervical apesar de uma opção no tratamento tem uma indicação restrita aos casos em que não há ruptura do ligamento longitudinal posterior, ou seja, na protusão de disco.
O tratamento cirúrgico pode-se ser realizado através de cirurgias minimamente invasivas com mini-incisões e a colocação de próteses ou cages intervertebrais.
“Quando você apresenta quadro de dor na coluna que irradia para o membro inferior, e todo dia as atividades se tornam difíceis ou mesmo impossíveis de realizar devido à dor. Uma das causas pode ser a hérnia de disco”.
A coluna vertebral é constituída pelas vértebras pelo amortecimento do impacto e ajuda também na movimentação e resistência da coluna. O disco é constituído por duas partes o ânulo fibroso e o núcleo pulposo que tem a aparência de um gel. Quando o disco intervertebral sofre uma ruptura na sua parte externa “ânulo fibroso” permite que o material que esta no seu interior “gel” saia, comprimindo uma das raízes do nervo ciático. A dor inicia-se devido a essa compressão causando uma isquemia na raiz nervosa ou devido a irritação desse material “gel” na raiz nervosa.
Causas
Fatores genéticos associados normalmente ao sobreposto, cigarro, atividades repetitivas intensas, trauma, sedentarismo, manter uma posição de trabalho por longo período.
Sintomas
Pode iniciar com quadro de dor lombar e\ou dor irradiada para o membro inferior, alteração da sensibilidade “formigamento” “dormência” “anestesia” em alguma região do membro inferior. Quando há uma piora do quadro pode ocorrer associado uma diminuição de força em algum movimento das pernas.
Exames
Radiografia
Primeiro exame na investigação das diversas patologias da coluna lombar, proporcionando uma boa visão da anatomia da coluna e alterações degenerativas como alterações das facetas articulares e deformidades. Também podem ser realizadas radiografias dinâmicas proporcionando uma avaliação da estabilidade entre os segmentos vertebrais.
Ressonância magnética lombar
Permite uma boa visão do disco, mostrando com clareza a hérnia de disco e a compressão das estruturas nervosas. Também demonstra alterações iniciais degenerativas do e protusões discais.
Tratamento
Conservador
Medicação – dependendo da intensidade da dor diversas medicações podem ser utilizados anti-inflamatórios, corticoides, analgésicos opióides. Também pode associar relaxantes musculares na presença de contraturas musculares.
Fisioterapia – diversos recursos podem ser utilizados inicialmente métodos físicos calor, gelo, alongamento, tração. Após o quadro agudo introdução de exercícios posturais, fortalecimento muscular.
Injeções
Infiltrações guiadas por radioscopia ou tomografia.
Cirúrgicos
Procedimentos endoscópicos para retirada do fragmento discal.
Laminectomia minimamente invasiva com a utilização de microscópio.
Etiologia
As infecções dos ossos e articulações representam um desafio para o cirurgião ortopédico. O êxito obtido com a antibioticoterapia na maioria das doenças bacterianas não se repetiu nas infecções dos ossos e articulações, em virtude das características fisiológicas e anatômicas do osso. Embora a bacteriemia seja um fenômeno comum – estima –se que ocorra em 25% das vezes após a simples escovação dos dentes – outros fatores etiológicos devem estar presentes para que a infecção ocorra. A mera presença de bactérias no osso, causada por bacteriemia ou por inoculação direta, não é suficiente para produzir uma osteomielite. Doença, desnutrição e inadequação do sistema imune também podem possibilitar infecções ósseas e articulares. Como outras partes do corpo, os ossos e articulações produzem respostas inflamatórias e imunes à infecção. Osteomielite ocorre quando um número adequado de um organismo suficientemente virulento supera as defesas naturais do hospedeiro (respostas inflamatória e imune) e estabelece um foco de infecção. Fatores locais também desempenham uma função no desenvolvimento de infecção. A relativa ausência de células fagocitárias nas metáfises dos ossos em crianças pode explicar por que a osteomielite hematogênica aguda é mais comum nesta localização.
O abscesso ósseo apresenta como peculiaridade o fato de estar contido dentro de uma estrutura firme com pouca possibilidade de expansão tecidual. À medida que a infecção progride, o material perulento abre seu caminho através do sistema haversiano e de canais de Volkmann e eleva o periósteo separando-o da superfície do osso. A combinação de pus na cavidade medular e no espaço subperiosteal causa necrose só osso cortical. Este osso cortical necrótico, ou sequestro, pode continuar a abrigar bactérias apesar da antibioticoterapia. Antibióticos e células inflamatórias não podem ser adequadamente trazidas para esta área avascular, o que resulta em falha do tratamento clínico da osteomielite.
Reconhecendo estas características únicas das infecções ósseas, o melhor caminho é a prevenção. O cirurgião ortopédico deve avaliar o risco de infecção em cada paciente, considerando os fatores dependentes tanto do paciente como do cirurgião. Os fatores dependentes do paciente incluem nutrição, estado imunológico e infecção em um local distante. Os fatores dependentes do cirurgião incluem antibióticos profiláticos, tratamento da pele e da ferida, ambiente da sala de operações, técnica cirúrgica e tratamento de infecções iminentes, como nas fraturas expostas. Dito de maneira simples, é muito fácil prevenir um infecção que tratá-la.
FATORES DEPENDENTES DO PACIENTE
Estado Nutricional
O estado nutricional e a resposta imunológica do paciente são importantes. Se ele estiver desnutrido ou imunodeprimido e não puder reagir a uma infecção, os efeitos de qualquer tratamento são diminuídos.
Estado Imunológico
Para combater a infecção, o paciente precisa desenvolver resposta inflamatória (recrutamento de leucócitos) e imune (produção de anticorpos) que inicialmente detenham o alastramento da infecção e a seguir, idealmente, destruam os organismos infectantes.
FATORES DEPENDENTES DO CIRURGIÃO
Preparação da pele
A partir do momento em que a barreira cutânea é rompida, existe a contaminação da ferida cirúrgica, cuja intensidade pode ser diminuída pela adequada preparação da pele. Barreiras na pele também podem diminuir a contaminação cutânea durante a cirúrgia. Embora a pele nunca possa ser desinfetada completamente, o número de bactérias presentes pode ser acentuadamente reduzido antes da cirurgia. A pele e os pêlos podem ser esterilizados com álcool, iodo, hexaclorofeno ou clorexidina, mas é quase impossível esterilizar os folículos pilosos e as glândulas sebáceas onde as bactérias normalmente habitam e se reproduzem.
Ambiente da sala de Operações
As bactérias transportadas pelo ar são outra fonte de contaminação da ferida na sala de operações. Essas bactérias são Gram-positivas e originam-se quase exclusivamente dos seres humanos que transitam pela sala de operações. As concentrações bacterianas transportadas pelo ar na sala de operações podem ser reduzidas pelo menos 80% com sistemas de fluxo aéreo laminar, e ainda mais com sistemas de isolamento pessoal. Luz ultravioleta também mostrou diminuir a incidência de infecção da ferida ao reduzir o número de bactérias transportadas pelo ar.
Antibioticoterapia Profilática
Muitos estudos mostraram a eficácia dos antibióticos profiláticos para reduzir as taxas de infecção após procedimentos ortopédicos. Durante as primeiras 24hs, a infecção depende do número total de bactérias. Durante as 4hs seguintes, o número de bactérias permanece razoavelmente constante, com as quantidades de bactérias que estão se multiplicando e daquelas que estão sendo mortas pelas defesas do hospedeiro sendo aproximadamente iguais. Estas primeiras 6hs são chamadas período de ouro, depois do qual as bactérias multiplicam-se exponencialmente. Os antibióticos diminuem o crescimento bacteriano geometricamente e retardam a reprodução das bactérias. Por essa razão, a administração de antibióticos profiláticos expande o período de ouro.
Um antibiótico profilático deve ser seguro, bactericida e eficaz contra os organismos mais comuns que causam infecções em cirurgias ortopédicas.
DIAGNOSTICO
O diagnóstico de infecção pode ser óbvio ou obscuro. Os sinais e sintomas variam com a velocidade e a extensão do comprometimento ósseo e articular. Os achados característicos de febre, calafrios, naúsea, vômito, mal-estar, eritema, edema e dor à palpação podem ou não estar presentes. A tríade clássica é febre, edema e dor espontânea ou á palpação. Dor provavelmente é o sintoma mais comum. Febre nem sempre é achado constante. A infecção também pode ser tão indolente quanto uma lombalgia progressiva ou uma diminuição ou perda de função de uma extremidade. Nenhum teste isolado é capaz de servir como indicador definitivo da presença de infecção musculoesquelética.
ESTUDOS LABORATORIAIS
Hemograma completo incluindo contagem diferencial da série branca, assim como a medida da velocidade de hemossedimentação (VHS) e dosagem da proteína C- reativa (PCR), sã exames laboratoriais que devem ser solicitados na abordagem inicial das infecções ósseas e articulares.
ESTUDOS DE IMAGEM
A avaliação radiográfica é mais valiosa para julgar a resposta do paciente ao tratamento do que propriamente no diagnóstico das infecções agudas dos ossos e articulações. Radiografias simples mostram edema dos tecidos moles, estreitamento ou alargamento do espaço articular, e desnutrição óssea.
ESTUDOS DE CULTURA
Embora os exames de sangue, as radiografias e os sinais clínicos demonstrem evidencia presuntiva de uma infecção, eles não são suficientes para um diagnóstico bacteriológico real que vá possibilitar o desenvolvimento de um plano de tratamento que inclua seleção correta do antibiótico. O laboratório tem a responsabilidade de isolar e identificar o(s) organismo(s) ofensor(es) e determinar a suscetibilidade ao antibiótico. Isto pode ser mais fácil e mais informativo quando há entrosamento adequado entre o cirurgião ortopédico e a equipe do laboratório. Esta ultima deve ser informada dos fatores de risco do paciente, da terapia antibiótica, do local de cultura, como esta foi obtido e dos possíveis organismos procurados.
A cronologia e seleção da cultura são críticas. A maioria das infecções ortopédicas está situada em um local profundo, o que dificulta a obtenção de espécimes adequados para cultura. Apesar disto, todo o empenho deve ser feito para obter uma amostra para cultura antes de começar a antibioticoterapia.
O material preferido para o exame de cultura na maioria das infecções bacterianas e fúngicas é o líquido aspirado, seja ele articular ou purulento. Uma biópsia de ferida profunda ou um espécime curetado depois de limpar a ferida e aceitável. Os espécimes de tecidos devem ser colocados em recipientes pequenos cheios de CO2 para reduzir a exposição ao ar.
TRATAMENTO
O tratamento de uma infecção ortopédica pode exigir o uso de medidas clínicas, como a administração de antimicrobianos, e cirurgias, como o desbridamento do sítio da infecção. Tratamento antibiótico, apenas, pode ser suficiente, mas vários princípios devem ser obedecidos. O organismo deve ser precisamente identificado e determinado a sua suscetibilidade antimicrobiana. O antibiótico correto, preferivelmente bactericida, deve ser escolhido com base na CIM e CBS, e administrado em concentração suficiente para eliminar o organismo.
Existem diversas vias de tratamento antibiótico. Antibióticos orais ainda são os mais usados. Aplicação intravenosa pode ser necessária para infecções mais graves que não respondem a antibióticos orais.
VÍRUS DE IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA
O tratamento de pacientes com vírus de imunodeficiência humana (HIV) ou síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) alcançou todos os campos da medicina. O cirurgião ortopédico pode ser chamado para tratar pacientes HIV – positivos na sala de emergência, na clínica ou sala de operações. Em virtude desta probabilidade crescente, o ortopedista deve conhecer as causas, as doenças associadas que afetam o sistema musculoesquelético, os riscos de transmissão e as precauções desta infecção.
Cisto Unicameral
Uma concentração elevada de prostaglandina no líquido aspirado de cistos radiograficamente ativos foi relatada por vários observadores e é considerada como estímulo aos osteoclastos para remover o osso. O nível de prostaglandina no líquido do cisto é reduzido depois da injeção de metilprednisolona.
Constata-se a maioria dos cistos no úmero proximal ou fêmur proximal, mas qualquer osso nas extremidades pode ser comprometido. O cisto geralmente é assintomático, a não ser que esteja presente uma fratura ou iminência de fratura.
O método tradicional de tratar cistos unicamerais tem sido curetagem com ou sem enxerto ósseo.
Cisto Ósseo Aneurismático
O cisto aneurismático é provavelmente uma lesão vasocística não neoplásica enxertada sobre um osso previamente normal ou uma lesão preexistente. Qualquer osso pode ser comprometido e envolvimento vertebral e comum. As radiografias em geral mostram um osso expandido caracteristicamente por uma lesão lítica que parece ter uma forma de favo de mel.
Ressecção ampla é aconselhada sempre que possível; se inexequível, aconselhamos curetagem agressiva usando uma broca a motor seguida pela cauterização da parede do cisto usando fenol e álcool. Embolização arterial de cistos ósseos aneurismáticos por cateter, particularmente em torno da pelve, foi relatada.
Em virtude do risco de transformação sarcomatosa, não recomendamos radioterapia. Quando um cisto ósseo aneurismático é associado com outra lesão, o tratamento adequado é aquele apropriado para a lesão associada.
Cisto Sinovial (Ganglion) do osso
Os cistos sinoviais do osso ocorrem tipicamente nas extremidades dos ossos longos e de homens de meia idade, particularmente na tíbia distal e mais comumente no maléolo medial, embora o joelho e ombro outras áreas comuns. Estes cistos são considerados extensões intra-ósseas de ganglios dos tecidos moles locais. Ganglios subperiosteais também foram relatados. Em radiografias, eles aparecem como defeitos líticos uniloculados ou muliloculados, bem demarcados, com um contorno de osso esclerótico. O tratamento realizado por excisão local dos tecidos moles sobrejacentes e curetagem do osso comprometido. Recorrência é rara.
Cisto Epidermóide
Cistos cheios de material ceratinoso e revestidos com epitélio escamoso achatado ocasionalmente são observados no osso. Microscopicamente, se assemelham aos cistos de inclusão epidérmica da pele. No osso são conhecidos como cistos epidermóides e são encontrados mais frequentemente no crânio. Nesta localização eles são problemas neurocirúrgicos em vez de ortopédicos. Em radiografias, aparecem como defeitos de rarefação envolvidos por osso esclerótico. Cistos epidermóides também podem ser encontrados nas falanges dos dedos da mão e geralmente são considerados traumáticos.
O joelho é uma das articulações mais frequentemente lesionadas por causa de sua estrutura anatômica, sua exposição a forças externas e pelas exigências funcionais aplicadas sobre ele. Para que possamos entender as lesões do joelho, é fundamental o conhecimento da anatomia normal dessa articulação. Embora tenham sido muito enfatizados os ligamentos do joelho, sem contribuição dos músculos e tendões, os ligamentos não são suficientes para manter a estabilidade da articulação. São classificadas as estruturas na região do joelho em três categorias amplas: estruturas ósseas, extra-articulares e intra-articulares.
Os nervos periféricos podem ser lesados por doenças metabólicas ou do colágeno, doenças malignas, toxinas endógenas ou exógenas, ou trauma térmico, químico ou mecânico.
A lesão primária de um nervo periférico resulta do mesmo trauma ou lesa um osso ou articulação. Em alguns casos, no entanto, a lesão neural é causada por fragmentos ósseos desviados, estiramento ou manipulação, em vez da força lesiva inicial.
A lesão secundária resulta do comprometimento do nervo por infecção, cicatriz, calo ou complicações vasculares. Estas complicações podem ser hematoma, fístula arteriovenosa, isquemia ou aneurisma.
Diagnostico
Imediatamente depois de um traumatismo grave de uma extremidade, o reconhecimento de uma lesão de nervo periférico nem sempre é fácil. A dor muitas vezes é tão grave que a cooperação do paciente é limitada, na melhor hipótese. Neste caso a preservação da vida e do membro é sempre o objetivo principal. Entretanto, quando possível, alguns testes simples devem ser realizados para detectar lesões dos nervos principais da extremidade. Na avaliação de lesão de nervos periféricos, é essencial um conhecimento preciso do trajeto do nervo, do nível de origem dos seus ramos motores, e dos músculos que estes ramos suprem.
Considerações gerais sobre o tratamento
Como em qualquer outra lesão, o tratamento inicial do paciente com lesão de nervo periférico deve começar com avaliação cuidadosa das funções vitais. Quando indicado, ações apropriadas devem ser aplicadas para prevenir insuficiência cardiopulmonar e choque, e antibióticos sistêmicos e profilaxia de tétano devem ser administrados. Uma vez determinada a extensão de qualquer lesão das vísceras importantes e iniciadas medidas ressuscitativas apropriadas, a lesão do nervo periférico deve ser avaliada e o déficit nervoso especifico avaliado cuidadosamente.
Anatomia dos Nervos Espinhais
Cada nervo espinhal segmentar é formado no, ou próximo do, seu forame intervertebral pela consolidação da sua raiz dorsal ou sensitiva com sua raiz ventral ou motora. Na maioria dos segmentos torácicos esses nervos espinhais mistos retêm sua autonomia e suprem um segmento intercostal, tanto no dermátomo como no miótomo. Em virtualmente todos os demais segmentos do eixo espinhal os nervos espinhais juntam-se com outros para formar um plexo, que inerva um membro ou um segmento especial do corpo e que não retém mais o padrão dos miômeros primitivos.
Trinta e um nervos espinhais mistos saem pelos seus respectivos forames em cada lado da coluna vertebral para inervar o tronco e extremidades homolaterais: oito cervicais, doze torácicos, cinco lombares, cinco sacros e um coccígeo.
Componentes dos Nervos Espinhais Mistos
Um nervo espinhal misto típico possui três componentes distintos:
Motor
Várias radículas saem pelo sulco ântero-lateral da medula espinhal e unem-se para formar cada raiz motora. As fibras que atravessam estas raízes originam-se das células do corno anterior e inervam os músculos esqueléticos.
Sensitivo
As fibras sensitivas originam-se de receptores à dor, térmicos, tácteis e ao estiramento.
Simpático
O componente simpático de todos os 31 nervos espinhais mistos deixa a medula espinhal junto com apenas 14 raízes motoras. As células de origem estão na coluna de células intermediolateral que se estende por todos os segmentos torácicos e lombares superiores da medula.
Um conhecimento básico da anatomia dos tendões flexores, especialmente no antebraço, punho e mão é apropriado, do mesmo modo que uma compressão dos aspectos biomecânicos essenciais da função do flexor profundo e do flexor superficial dos dedos. Admite-se que a nutrição do tendão seja derivada de duas fontes básicas: (1) o líquido sinovial produzido dentro da bainha de tenossinovial e (2) a irrigação sanguínea proporcionada através da circulação vincular. Embora aderências dos tendões ocorram e sejam associadas à lesão e cura dos e cura dos tendões, elas não são consideradas essenciais ao próprio processo de reparação do tendão.
Mesmo quando não há deformidade acentuada, a postura da mão demonstra muitas vezes indícios sobre os tendões que estão seccionados. Movimentos da mão lesada, pelo paciente ou examinador, podem causar dor suficiente para limitar o movimento e gerar confusão. Isto também é observado quando se examina a mão após lesões nervosas.
Quando ambos os tendões flexores de um dedo estão seccionados, o dedo permanece em uma posição não funcional de hiperextensão, especialmente quando comparado com dedos não lesados. A função do tendão frequentemente é avaliada com movimentos ativos voluntários do dedo, geralmente dirigidos pelo examinador.
Reparo de Tendão
A finalidade da sutura do tendão é aproximar as extremidades de um tendão ou suturar uma extremidade de tendão e tendões adjacentes ou ao osso e manter esta posição durante a cura. Quando tendões estão sendo suturados, o manuseio deve ser delicado e cuidadoso, causando o mínimo possível de reação e cicatriz .
A reparação primaria pode ser realizada em pacientes que tem uma ferida limpa, com lesão de tendão ou com lesão de tendão combinada com uma lesão de feixe neurovascualr ou uma fratura se ela puder ser fixada e estabilizada satisfatoriamente. Se for impossível, deve-se considerar uma reparação secundária, que é indicada se lesão de tendão for associada com fatores complicadores que podem comprometer o resultado final. Estes fatores incluem esmagamento extenso com cominuição óssea próxima à lesão de tendão, lesão neurovascular grave, lesão articular grave e perda de pele exigindo um procedimento de cobertura como enxerto de pele oe cobertura com retalho.
Lacerações Parciais de Tendões
Um tendão parcialmente lacerado mantém quantidades variáveis da sua resistência. Um tendão com 60% de laceração pode manter 50% ou mais de sua resistência, e um tendão com laceração de 90% pode manter apenas ligeiramente mais que 25% da sua resistência.
Se um tendão for lacerado 50% ou mais, é tratado da mesma maneira que uma transecção completa. Uma sutura central é colocada no tendão, e a superfície do tendão é suturada com uma sutura contínua de náilon 6-0. A bainha flexora é reparada quando possível. O tratamento pós – operatório de uma laceração de tendão de 50% ou mais é o mesmo que para uma transecção completa, com imobilização, movimento passivo controlado precoce e restauração de atividades intensas entre 10 a 12 semanas.
Se a laceração for menor que 50%, especialmente na faixa de 30%, o retalho de tendão é desbridado e a bainha flexora é reparada para evitar compressão ou gatilho do retalho no defeito na bainha flexora. Pós – operatoriamente, a parte é protegida com imobilização de bloqueio dorsal durante 6 a 8 semanas, atividades mais extensas são retomadas gradualmente depois de aproximadamente oito semanas.
Reparação Tardia de Lesões Agudas
Reparação tardia em qualquer zona pode ser necessária em face de contaminação grave da ferida, lesões de esmagamento ou avulsão, perda de tecido mole, múltipla fraturas cominutivas ou falta de cirurgião experiente disponível. Reparações tardias de tendões também são razoáveis se outras lesões exigirem cirurgia imediata. Nessas circunstâncias, a condição de um paciente poderia não possibilitar tratamento definitivo de tendões e nervos, e é apropriado limpar o membro o melhor possível e fechar frouxamente a ferida ou deixa-lá aberta, mas coberta com uma atadura estéril e tala. Deve haver um planejamento para tratamento definitivo da ferida e das estruturas lesadas.
Tendões Extensores
Conforme classificamente descrito, os tendões extensores passam do antebraço sobre o dorso da mão através dos seis compartimentos embaixo do retináculo extensor. Assim o primeiro compartimento contém o extensor curto polegar e o abdutor longo do polegar; o segundo, os extensores radiais longo e curto do carpo o terceiro, o extensor longo do polegar; o quarto, os quatro tendões do extensor comum dos dedos mais o extensor próprio do indicador; o quinto, o extensor do dedo mínimo; e o sexto, o extensor ulnar do carpo.
Um tendão extensor presume-se estar seccionado entre as articulações interfalângias proximal e distal quando a extensão ativa da última articulação está perdida. Ao verificar o tendão extensor longo do polegar, o examinador dee estabilizar a articulação metacarpofalângica e testar cuidadosamente quanto à extensão ativa da articulação interfalângica.
Reparação de Tendões Extensores
A superfície extensora da mão pode ser dividida em zonas para se adaptar às diferentes relações anatômicas dos tendões extensores e suas fixações.
Os tratamentos agudo (primário) e crônico (retardado secundário) das lesões de tendões extensores dentro de cada zona são discutidos juntos. De maneira semelhante, as rupturas de tendões extensores, excluídas aquelas na artrite reumatóide, são abordadas dentro das suas zonas individuais.
Zona I: Estende-se desde a inserção distal do tendão extensor até a fixação da tira central na extremidade próxima da falange média. Deformidades de dedo em martelo resultam de uma avulsão da inserção do tendão, às vezes incuindo um pequeno fragmento ósseo, e podem ser tratadas por imobilização unicmante.
Zona II: Estende-se desde o colo metacarpal até a articulação interfalângica proximal, incui o mecanismo extensor com sua superfície moldada abrangendo a falange e a cabeça metacarpal. Lacerações de tendão neste nível exigem técnicas de sutura diferentes daquelas em outros níveis. Aqui elas devem ser reparadas com um ponto de rolo ou alguma outra técnica de sutura que possibilite remoção total da sutura mais tarde.
Zona III: Estende-se desde proximalmente desde o colo metacarpal até a borda distal do retináculo dos músculos extensores. Os tendões encontram-se livres nesta área sem fixação ligamentar e são cobertos por paratendão e fáscia. Os tendões podem ser sututrados individualmente com uma sutura de colchoeiro de fio metálico monofilamento ou outro material de sutura que não exija remoção, desde que há muito menos reação a materiais estranhos nesta área.
Zona IV: É a área do punho embaixo do retináculo dos músculos extensores. Neste nível os tendões possuem mesotendão. Eles são retirados pelo retináculo dos músculos extensores, que atua como uma polia, e são embainhados em canais fibroósseos semelhantes à bainha flexora digital. Assim os tendões reparados tendem a ficar colados nos seus canais quando se curam.
Zona V: É a zona proximal à margem proximal do retináculo dos músculos extensores. Nesta zona muitos tendões extensores são cobertos pelos seus respectivos músculos. O punho é colocado em extensão completa pós-operatoriamente para possibilitar relaxamento máximo da unidade musculotendínea, porque é muito difícil manter reparação musculomuscular por qualquer técnica de sutura.
Extensor Longo do Polegar
Quando um tendão extensor longo do polegar foi seccionado na articulação interfalângica, seu segmento proximal não se retrai acentuadamente porque o adutor do polegar, abdutor curto do polegar e extensor curto do polegar inserem-se na expansão extensora; consequentemente o tendão pode ser reparado secundariamente sem enxerto ou transferência de tendão. Entretanto, quando o tendão foi seccionado na articulação metacarpofalângica ou mais proximalmente, seu segmento proximal retrai-se rapidamente, e cerca de 1 mês depois da lesão comumente já se desenvolveu uma contratura fixa do músculo. A contratura muitas vezes pode ser superada redirecionando o tendão em torno do tubérculo dorsal do rádio e colocando-se em uma linha reta. Um enxerto é necessário para fazer ponte em um defeito longo quando uma transferência de tendão é impossível ou indesejada. Se um enxerto for selecionado, ele deve ser redirecionado em torno do tubérculo dorsal do rádio para evitar aderência e desgaste do enxerto.
Tendinopatias do Cotovelo
Epicondilite Lateral
Epicondilite Lateral ( cotovelo do tenista), uma denominação familiar utilizada na descrição de uma série de sintomas na região do aspecto lateral d cotovelo, ocorre mais frequentemente em indivíduos não-atletas, do que em atletas praticantes do tênis. O pico de incidência situa-se na quinta década de vida, com incidência praticamente igual em homens e mulheres. Epicondilite lateral pode ocorrer durante atividades que exijam movimentos repetidos de supinação e pronação do antebraço, com o cotovelo perto da completa extensão. O diagnostico do cotovelo do tenista é estabelecido pela localização do desconforto na origem do extensor radial curto do carpo.Geralmente a dor é exarcebada por uma dorsiflexão do punho e supinação do antebraço contra resistência, e o paciente senti dor ao agarrar um objeto.
O tratamento conservador é bem sucedido em 95% dos pacientes com cotovelo do tenista. O tratamento conservador inicial consiste de repouso, aplicação de gelo, injeções e fisioterapia concentrada em tratamentos como ultra-som, iontoforese, estimulação elétrica, manipulação, mobilização dos tecidos moles, massagem por fricção, exercícios de alongamento e fortalecimento, e órtese de contra força.
Lesão do Manguito Rotador
Muitos pacientes com uma afecção do manguito rotador demonstram surgimento insidioso de dor e disfunção progressivas, com perda concomitante do movimento ativo. Geralmente, a dor ocorre à noite e pode referir-se à área da inserção do deltóide. A princípio, o movimento passivo permanece completo, até que a dor limite o movimento ativo o bastante para causar formação de uma capsulite adesiva. Muitos pacientes não lembram o incidente traumático especifico que originou os problemas.
A perda da continuidade do manguito rotador pode ser descrita por diversas maneiras: aguda e crônica, parcial em sua substância ou total, e traumática ou degenerativa. É importante diferenciar os diversos tipos, para que o tratamento possa ser adequadamente planejado.
Em casos de lesões de espessura parcial do manguito rotador, como tratamento inicial devemos instituir um programa conservador consistindo de modificação da atividade, exercícios de alongamento e fortalecimento e medicação anti-inflamatória. Será indicado tratamento operatório se as medidas conservadoras não forem bem – sucedidas.
Capsulite Adesiva
O termo Capsulite Adesiva relata uma cápsula articular espessada e contraída, que parecia estar firmemente tensionada em torno da cabeça umeral com relativa ausência de líquido sinovial e alterações inflamatórias crônicas na camada subsinovial da cápsula. O ombro congelado em pacientes que não relatam qualquer evento predisponente e sem anormalidades no exame ( além da deficiência de movimento) ou nas radiografias simples foram designados como “primários”, e aqueles com lesões traumáticas precipitantes foram designados como “secundários”. Essa divisão ajuda no planejamento do tratamento, mas não prevê necessariamente o resultado.
A incidência do ombro congelado na população geral é de aproximadamente 2%, mas existem várias condições associadas com aumento da incidência, incluindo diabetes melito (até cinco vezes mais), discopatia cervical, hipertireodismo, distúrbios intratorácicos e traumatismo. Pessoas com mais idade entre 40 e 70 anos são as mais frequentemente afetadas. É comum a praticamente todos os pacientes um período de imobilidade, cuja etiologia são diversas; provavelmente este é o fator isolado mais significativo relacionado à ocorrência desse distúrbio.
Além das fraturas ou luxações, traumas causam pelo menos três tipos de afecções articulares: Lesões ligamentares agudas graves, acompanhadas por rupturas decorrentes, lesões ligamentares de menor magnitude, decorrentes de episódio único ou por uso excessivo e repetido, produzindo alterações articulares microscópicas sem rupturas, e agravamento de anormalidades articulares preexistentes.
Defeito cortical fibroso
Os defeitos corticais fibrosos, embora classificados como tumores ósseos, são provavelmente anormalidades do desenvolvimento e acredita-se que ocorram em até 35% das crianças. Costumam ser encontrados acidentalmente. Em geral estas lesões ocorrem na região metafisária dos ossos longos em indivíduos entre as idades de 2 a 20 anos, e predominantemente em homens. Cerca de 40% são encontradas no fêmur, 40% na tíbia proximal, e 10% na fíbula, embora algumas ocorram na extremidade superior, na clavícula, no ílio, nas costelas, nas vértebras, no crânio, na mandíbula ou nos pequenos ossos da mão e do pé.
Em radiografias simples, um defeito cortical fibroso aparece como uma área radiotransparente circular ou oval excentricamente localizada próximo da fise de um osso longo. As margens do defeito são lisas ou lobuladas com uma borda fina e bem definida de esclerose.
Múltiplos defeitos corticais fibrosos ocorrem em aproximadamente 50% dos pacientes. Geralmente tais defeitos são bilaterais e simétricos; 5% dos pacientes com múltiplos defeitos corticais fibrosos também tem neurofibromatose. Os defeitos resolvem-se sem tratamento, o desaparecimento eventualmente resulta da remodelação fisiológica do osso.
Fibroma não-ossificante
Os fibromas não-ossifivantes têm a mesma estrutura histológica que os defeitos corticais fibrosos, mas são maiores. A maioria ocorre em crianças e adolescentes entre as idades de 10 a 20 anos. A área osteolítica é oval e localiza-se excentricamente. Aspecto multiloculado ou cristas na parede óssea, bordas festonadas escleróticas e erosão do córtex são achados frequentes.
Embora a maioria dos fibromas não-ossificantes regrida espontaneamente, os pacientes com lesões múltiplas apresentam risco de fraturas patológicas. A cirurgia é indicada quando a lesão é tão grande que uma fratura é iminente, ou ocorreu, ou quando uma dor significativa está presente. Se a cirurgia for indicada, preferimos curetagem e enxerto ósseo alogênico.
Desmóide Cortical (Desmóide periosteal)
Um desmóide cortical é uma irregularidade assintomática na face póstero-medial da metáfise femoral distal e comumente é observado em meninos de 10 a 15 anos de idade. Pode ser uma reação ao esforço muscular exercido pelo adutor magno. A lesão é mais bem observada em radiografia ablíqua feita com a extremidade inferior girada externamente 20 a 45 graus. Os sintomas clínicos se houver algum, incluem edema de tecido mole ou dor. Radiografias mostram erosão da cortical com uma base esclerótica. Uma biópsia não está justificda, e nenhum tratamento é necessário.
Histiocitoma fibroso benigno
Esta lesão ocorre mais frequentemente nos tecidos moles e é menos comum no osso. Embora seja semelhante em termos histológicos aquela do fibroma não-ossificante, é muito mais agressiva no seu comportamento biológico e nas características radiográficas. Diversamente do fibroma não-ossificante, que comumente é uma lesão metafisária excêntrica, o hisiocitoma fibroso benigno pode ocorrer na diáfise ou epífise de ossos longos ou na pelve. É ainda mais distinguido pela sua ocorrência em pacientes com idades entre 30 e 40 anos. Radiograficamente, o histiocitoma fibroso benigno é uma lesão bem definida, lítica, expansiva, com pouca reação periosteal. Cintilografias ósseas em geral são moderadamente positivas. Diversamente do fibroma não-ossificante, esta lesão é considerada um neoplasma verdadeiro. Em virtude da sua tendência à recorrência (recidiva) local, é necessária curetagem agressiva ou, quando exequível, excisão ampla.
Displasia fibrosa
A displasia fibrosa seja uma anomalia do desenvolvimento da formação óssea que pode se apresentar na forma monostótica ou poliostótica. A marca característica é a substituição de osso e medula normais por tecido fibroso e pequenas espículas de osso trançadas. A displasia fibrosa pode ocorrer na epífise, metáfise ou diáfise. Anormalidades associadas como puberdade precoce, pigmentação anormal da pele, mixoma intramuscular e doença tireóidea podem estar presentes. O aspecto radiográfico é característico, com a área transparente aparecendo fina e granulosa, muito semelhante a vidro despolido.
O tratamento cirúrgico é indicado quando ocorre deformidade importante, ou fratura patológica, ou quando há dor significativa. As lesões são adequadamente tratadas por curetagem e enxertia óssea; as deformidades são corrigidas por osteotomia com fixação interna da fratura. Em nossa opinião, a radioterapia é contra-indicada por causa do risco aumentado de transformação sarcomatosa.
Displasia osteofibrosa (fibroma ossificante de ossos longos – Doença de Campanacci)
A displasia osteofibrosa é uma lesão rara que em geral afeta a tíbia e a fíbula. Esta lesão é pouco mais comum em meninos que meninas. O terço médio da tíbia é o local mais frequentemente afetado, e embora a lesão costume ser diafisária, ela pode avançar sobre a metáfise. A tíbia é aumentada e muitas vezes arqueada ântero-lateralmente. Dor geralmente está ausente, a não ser que tenha ocorrido fratura patológica. As radiografias mostram osteólise intracortical excêntrica com expansão da cortical. A lesão deve ser distinguida de adamantinoma e displasia fibrosa monostótica. A evolução natural da lesão é imprevisível; embora seja rara, regressão espontânea foi descrita. Geralmente ela progride durante a infância, mas não depois da puberdade. A lesão frequentemente recidiva depois de curetagem ou ressecção subperiosteal.
Fibroma Desmoplástico
O fibroma desmoplástico é um tumor raro densamente colagenizado do tecido fibroso, semelhante em termos histológicos aos tumores desmóides dos tecidos moles. Homens e mulheres são mais afetados com frequência quase igual.
Reação de células gigantes (Granuloma reparador de células gigantes)
É uma lesão reativa a uma hemorragia intra-óssea. Esta lesão rara, mas benigna, também foi chamada granuloma reparador de células gigantes, e variante sólida de cisto ósseo aneurismático. Embora comumente comprometa os pequenos ossos da mão ou do pé, foi descrito envolvimento dos ossos tubulares longos, costelas, coluna vertebral e pelve.
Em radiografias este tumor se mostra transparente e tem sido equivocadamente considerado uma lesão maligna por causa da sua aparência microscópica hiperplásica, pseudo-sarcomatosa. O tratamento e curetagem ou ressecção marginal e prognostico é excelente.
Os princípios básicos no tratamento das lesões de nervos dos dedos, palma da mão e punho.
A magnitude das lesões nervosas na mão é, muitas vezes, de difícil avaliação. Lesões locais extensas que põem em risco o membro ou a vida, lesões em crianças ou em pacientes ansiosos, não colaborativos ou intoxicados, são fatores que interferem no exame físico, podendo dissimular lesões nervosas durante o exame inicial ou preliminar.
Tipo de Lesão
As lesões de nervos vistas na prática diária geralmente são causadas por um dentre vários mecanismos, incluindo trauma direto (pancada no membro, fratura, ferimento por arma de fogo),laceração, tração ou estiramento, encarceramento ou compressão. Lesões comuns como pancada no cotovelo ( nervo ulnar) enquadram-se facilmente na categoria de neurapraxia (lesões tipo I), sendo as lacerações classificadas como neurotomese ( lesões tipo V); entretanto, as lesões fechadas com déficits nervosos parciais não são classificadas tão facilmente, e o prognóstico pode não ser tão bem definido.
Sensibilidade
Ao avaliar a mão traumatizada quanto à sensibilidade, além de um conhecimento da distribuição sensitiva clássica dos nervos mediano, radial e ulnar, é útil lembrar que a zona sensitiva autógena do nervo mediano é na polpa digital do indicador, do ulnar é na polpa digital do mínimo e do radial, é na primeira comissura ( entre o polegar e o indicador).
Função Motora
A única função motora mediada pelo nervo mediano que comumente é verificada é a aposição da ponta do polegar à polpa do dedo anular ou mínimo, com palpação da contração ativa do ventre do músculo abdutor curto do polegar, para suplementar a inspenção visual. Variações anatômicas que causam inervação cruzada dos músculos geralmente inervados pelo nervo mediano devem ser mantidas em mente.
Regeneração Nervosa
Comumente, depois da reparação de um nervo sensitivo (digital, sensitivo puro, motor misto e sensitivo), a área de anestesia diminui em tamanho à medida que a regeneração progride e a qualidade da sensibilidade se modifica. Em 2 a 3 meses, a área inteira suprida pelo nervo pode tornar-se parestésica. Ela, então, torna-se hiperestésica ao toque leve ou frio. Pressão firme geralmente é menos dolorosa. Com o tempo e o uso de várias técnicas de fisioterapia e terapia ocupacional, e hiperestesia se resolve. Os pacientes geralmente têm menos objeção à sensibilidade depois do período de hiperestesia.
Com progressão da regeneração, a qualidade da sensibilidade depois melhora significativamente dentro dos primeiros 1,5 a 2 anos, com progressão gradual adicional depois disso.
Reparo Nervoso Primário e Primário Retardado
Tempo de Reparo
A controvérsia a respeito da cronologia das reparações nervosas em geral permanece não resolvida. Os termos aplicados à cronologia da reparação de nervos incluem: reparo primário (imediatamente após a lesão, ou dentro de 6 a 12 horas), reparo primário retardado (dentro das primeiras 2 a 2,5 semanas), e reparo secundário ( depois de 2,5 a 3 semanas). De uma maneira geral, no entanto, quanto mais longa a demora para o reparo, pior o retorno de função motora que pode ser esperado. A reinervação do músculo desnervado pode ocorrer até 12 meses, pois após este período ocorrem alterações irreversíveis nas células musculares e há pouca probabilidade de recuperação da função motora depois da reinervação.
Indicações
Em geral, uma reparação nervosa pode ser efetuada imediatamente após lesão ou dentro de 2 a 2,5 semanas na presença de uma lesão limpa, com ferimento inciso. Um atraso de 2 a 2,5 semanas pode ser causado por uma variedade de fatores, incluindo as condições do paciente e a disponibilidade de pessoal apropriado incluindo um cirurgião para tratar ferida. Nossa prática consiste em reparar os nervos lesados, se a ferida for limpa e incisa, no dia da lesão ou nos primeiros 5 a 7 dias.
Reparo Nervoso Secundário
Indicações
Diversas condições devem influenciar a decisão do cirurgião em retardar o reparo de nervos periféricos lesados, incluindo (1) a existência da lesão e perda extensa de tecidos moles com trauma extenso do nervo, (2) a presença de contaminação extensa da ferida, (3) a presença de múltiplas lesões dos membros exigindo tratamento agressivo e rápido de preferência à lesão nervosa, (4) a existência de esmagamento extenso, (5) a presença de uma lesão extensa de tração e (6) uma lesão nervosa que foi tratada por outro cirurgião, na qual a extensão e natureza da reparação do nervo são desconhecidas do cirurgião.
Enxertos de Nervos
Indicações
Às vezes, como resultado da destruição extensa, é criado um defeito no nervo que não pode ser superado através da mobilização do nervo, flexão de articulação ou redirecionamento de um nervo. Uma indicação principal para enxerto de mão é construir ponte de defeitos subsequentes á lesão segmentar do nervo, quando uma neurorrafia livre de tensão não puder ser realizada. Indicações menos observadas incluem enxerto de nervos para inervar enxertos musculares vascularizados livres e retalhos em ilha neurovasculares livres.
Antes de realizar um enxerto nervoso, outras técnicas de fechamento dos pequenos espaços entre as terminações nervosas devem ser consideradas. Essas técnicas incluem a mobilização das extremidades nervosas ao longo de uma distância de alguns centímetros proximal e distalmente, posicionamento das articulações próximas da lesão em posições não desconfortáveis, e transposição ou mudança de trajeto das terminações nervosas.
Dor que ocorre na região entre a décima segunda costela até o sulco interglúteo. Ela pode ser acompanhada de dor que se irradia para uma ou ambas as nádegas ou para as pernas na distribuição do nervo ciático (dor ciática).
A lombalgia é um problema extremamente comum, que afeta mais pessoas do que qualquer outra afecção, á exceção do resfriado comum. Entre 65% e 80% da população mundial desenvolve lombalgia em alguma etapa de suas vidas, mas a maioria dos episódios não é incapacitante. Mais da metade de todos os pacientes com lombalgia melhora após 1 semana; 90% apresentam melhora após 8 semanas; e os restantes 7% a 10% continuam apresentando sintomas por mais de 6 meses.
Causas
A degeneração dos discos intervertebral talvez seja a principal causa da dor.
Degeneração das facetas articulares
Deformidades do tronco
Espondilolistese “escorregamento vertebral”.
Uso excessivo das estruturas lombares (resultando em entorses e distensões)
Doenças sistêmicas com dor referida em região lombar, sendo identificadas mais de 70 doenças causadoras de dor
Sedentarismo
Fatores psicossociais
Esforços repetitivos
Excesso de peso
Posição não ergonômica no trabalho
Diagnóstico
Uma vez que a maioria dos casos de lombalgia é auto – ilimitada, o diagnóstico por imagem raramente é necessário. Os fatores que levam ao início da dor, bem como a natureza e a duração da dor, propiciam importantes pistas para a busca da provável causa.
Devem-se solicitar exames de imagem para a obtenção do diagnóstico quando a dor persiste por mais de duas semanas e os exames que podem ser solicitados são: radiografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, cintilografia óssea. Os exames laboratoriais devem ser solicitados quando a dor apresenta características inflamatórias.
“O médico através da história e o exame físico podem direcionar para o melhor exame para a obtenção do diagnóstico”
Tratamento
“A percepção e o relato da dor pelo paciente e o grau resultante de disfunção e incapacidade são extremamente importantes para a programação do tratamento”.
Conservador – Nenhuma forma isolada de tratamento é eficaz para todas as formas de lombalgia. Quando a dor é causada por uma doença sistêmica, o tratamento deve ser direcionado ao problema subjacente; entretanto, na grande maioria dos casos, os pacientes apresentam lombalgia em virtude de um problema mecânico que não pode ser identificado, por isso é extremamente importante o acompanhamento médico para estabelecer o diagnóstico preciso.
De maneira geral o tratamento da lombalgia “mecânica” deve ser realizado quando:
Aguda
Repouso no leito não superior a 4 dias com passeios tão logo seja tolerado
Alívio da dor com analgésico ou AINEs
Fisioterapia
Exercício aeróbico leve durante as primeiras 2 semanas de tratamento, seguido por exercícios musculares do tronco
Retorno às atividades profissionais e de recreação usuais tão logo seja possível
Essas diretrizes levam em consideração o histórico natural da lombalgia que está associado à melhora assintomática na grande maioria dos pacientes após 2 meses do início dos sintomas.
Crônica
Baseia-se no alívio das causas e pode incluir perda de peso, exercícios para melhorar o tono e a resistência musculares e melhora da postura.
Os analgésicos podem ser utilizados para aliviar a dor, porém o uso crônico de narcóticos opióides deve ser evitado. A injeção nos tecidos moles com corticosteroides e anestésicos locais pode propiciar alívio da lombalgia crônica associada à síndrome miofacial ou fibromialgia.
O uso de antidepressivos pode ser utilizado associado a analgésicos e relaxantes musculares.
Importante: a melhora postural e em alguns casos acompanhamento psicológico.
Cirúrgico
“Em alguns casos, a cirurgia pode ser necessária para aliviar a dor intratável ou a dor consequente a anormalidades estruturais”.
Raramente há necessidade de redução cruenta nas luxações agudas. Na maioria dos casos de luxações simples, primeiro deve-se tentar a redução fechada depois de fazer uma analgesia e sedação intravenosa, ou anestesia geral. Se houver necessidade de anestesia geral, a equipe da sala cirúrgica deve preparar-se para a possibilidade de um procedimento cirúrgico aberto, se a redução fechada for malsucedida. Não se deve usar a força excessiva durante a redução fechada, por que, em alguns casos, partes moles ou fragmentos ósseos ficam interpostos entre as superfícies articulares, impossibilitando a redução fechada. Em tais condições, a manipulação forçada poderá resultar em fraturas, ou agravar o traumatismo articular. O uso de intensificador de imagem poderá auxiliar na redução e ajudar a prevenir essas complicações.
Luxações agudas devem ser reduzidas assim que possível. Se não forem, ocorrerão alterações patológicas, especialmente na região do quadril. Contudo, a redução imediata de uma luxação aguda não é certeza de um resultado satisfatório, e o paciente deve ser informado dessa possibilidade no momento da avaliação e do tratamento iniciais. Lesão da cartilagem articular, cápsula articular, ligamentos e vasculatura dos ossos podem levar á artrose pós-trauamtica. O paciente também deve ser informado que, em seguida à redução cruenta ou fechada, poderão ocorrer ossificação ectópica, artrose pós-traumatica e necrose avascular, em qualquer articulação.
Qualquer luxação deve ser reduzida o mais breve possível. Enquanto uma articulação se encontra luxada, o metabolismo de sua cartilagem hialina fica comprometido, e as funções do líquido sinovial são prejudicadas. A cartilagem hialina pode degenerar em curto período, e alterações irreversíveis ocorrerão rapidamente. Consequentemente, quando essas luxações antigas são finalmente reduzidas, as expectativas por movimento e funcionamento articulares normais e indolores não são favoráveis.
Quando são encontradas luxações inveteradas não-reduzidas, especialmente no cotovelo, quadril, joelho ou tornozelo, poderá haver necessidade de artroplastia ou artrodese no momento da redução, ou logo em seguida. O procedimento selecionado depende de considerações individuais, como por exemplo, a articulação afetada, o estado da cartilagem articular, qualquer lesão associada, a idade e a ocupação do paciente. As opções incluem apenas redução e redução seguida de artroplastia ou artrodese.
Comumente a redução é suficiente para crianças e adultos jovens. Para pacientes de meia idade e idosos, em geral a redução aberta é combinada com artroplastia ou artrodese porque o prognóstico é menos favorável. Se a luxação não-reduzida não estiver restringindo atividades de vida diária e não for excessivamente dolorosa, talvez não haja necessidade de tratamento cirúrgico em pacientes mais idosos.
Luxações recidivantes de uma articulação podem resultar de uma ou mais luxações traumáticas, quando a subsequente cicatrização das estruturas de sustentação da articulação foi deficiente. Os seguintes fatores predisponentes também podem estar presentes na articulação, ou no membro: contorno ou alinhamento anormal da própria articulação (congênito ou traumático), relaxamento congênito das partes moles de sustentação da articulação ou desiquilíbrio muscular.
Patela
Luxação recidivante da patela pode resultar de luxação inicial violenta, mas ocorre com mais frequência em joelhos com uma ou mais anormalidades anatômicas que predispõem a patela à luxação ou subluxação. Ao se avaliar um paciente com luxação recidivante da patela, vário fatores anatômicos devem ser considerados; um histórico exato é ainda um dos instrumentos diagnósticos mais importantes. Geralmente , a dor esta localizada anteriormente no joelho, e frequentemente é descrita como uma dor contínua com episódios intermitentes de dor intensa e aguda.
Tratamento
O tratamento pode ser conservador com imobilizações ou aspiração em condições estéreis antes da imobilização da extremidade, exercícios de condicionamento, aplicação de gelo e curativos compressivos. Não há necessidade de cirurgia em todos os pacientes, e mais recomendada para atletas.
Quadril
Não e comum a luxação recidivante do quadril, na ausência de uma fratura associada da cabeça do fêmur ou do acetábulo. Quando as luxações recidivantes do quadril resultantes de traumatismo são examinadas em casos sem lesão óssea ou displasia subjacente, comumente o cirurgião se depara com uma laceração capsular e formação de uma grande bolsa sinovial contígua à cápsula articular e com lacerações do lábio acetabular. A indicação de tratamento e cirúrgico.
Articulação Esternoclavicular
Em sua maioria, as luxações recidivantes da articulação esternoclavicular são anteriores, dependendo apenas tratamento conservador; as luxações posteriores, embora incomuns, devem ser tratadas por redução.
Devem ser tratados com um programa de fortalecimento geral da extremidade superior e evitando atividades que causem tensões na articulação esternoclavicular.
A cirurgia será recomendada apenas se sintomas graves estiverem limitando as atividades diárias do paciente.
Ombro
O ombro, em virtude de sua anatomia e biomecânica, é uma das articulações mais instáveis e mais frequentemente luxadas no corpo, sendo responsável aproximadamente por 50% de todas as luxações.
O histórico e importante em casos de instabilidade recidivante da articulação do ombro. Deve ser determinado o grau de traumatismo inicial, caso tenha ocorrido. O ortopedista fará manobras que o levem a tomar conhecimento da posição em que ocorre a luxação ou subluxação. Em casos de luxação completa, são subluxações ou luxações associadas a uma frouxidão ligamentar generalizada. Os sinais e sintomas de qualquer lesão nervosa deverão ser igualmente investigados. Mais importante ainda, devem ser documentadas as limitações físicas causadas por essa instabilidade.
Tratamento
Não existe um procedimento que, isoladamente, seja o melhor. Os fatores enfatizados como importantes para obter um bom resultado incluem exposição adequada e técnica cirúrgica precisa. O problema patológico será definido e o procedimento realizado corrigirá esse problema de maneira mais anatômica possível.
A mão paralítica é uma estrutura de imensa sensibilidade; entretanto, movimento e força são necessários para as funções altamente adaptativas de pinçamento, de pega e de gancho. Alterações posicionais e também movimentos delicados se tornam possíveis pelas muitas articulações dos 29 ossos na mão, punho e antebraço e pelos 50 músculos que atuam como motores e estabilizadores. Para ter finalidade, o movimento deve ser controlado, e as articulações cruzadas pelos tendões em movimento devem ser estabilizados por músculos antagonistas equilibrados. Um exemplo notável dessa estabilização é a manutenção da extensão do punho pelos seus extensores, os quais o impedem de ser flexionado pelos flexores resistentes dos dedos quando é cerrado. Os antagonistas dos extensores do punho, os flexores do punho, também contribuem para estabilização.
Princípios de Transferência Tendínea
Transferência tendíneas são úteis para restaurar funções da mão. Alguns princípios básicos devem ser seguidos para que as transferências tenham êxito e seja evitado um aumento no desequilíbrio e, consequentemente, na deformidade. Depois da discussão destes princípios, algumas transferências tendíneas específicas serão sugeridas para padrões frequentes de perda funcional.
A mielomeningocele é o transtorno mais comum do espectro de afecções descritas como espinha bífida. A mielomeningocele é uma estrutura saculiforme contendo liquor tecido nervoso. Os progressos ocorridos na medicina, cirurgia e áreas de saúde afins reduziram a taxa de mortalidade dos pacientes portadores de graves defeitos congênitos do sistema nervoso central. O desafio dos ortopedistas é auxiliar estes pacientes a obterem a melhor função possível dento das limitações impostas por sua deficiência física.
A maioria das crianças portadoras de mielomeningocele morrerá se não for tratada; portanto, a maioria é tratada com o fechamento precoce do defeito e derivação ventriculoperitoneal. Considerava-se a mielomeningocele não progressiva, mas estudos revelam que pode sobrevir uma deterioração neurológica progressiva, manifestada por níveis cada vez mais altos de paralisia e redução da função dos membros superiores.
O tratamento Ortopédico dever ser elaborado visando, o atendimento de metas específicas durante a infância, considerando a função esperadana idade adulta.
O tratamento conservador tem como objetivo o tratamento ortótico que é obter uma mobilidade eficaz com restrição mínima.
O tratamento cirúrgico em pacientes com mielomeningocele são realizados durantes os primeiros 15 anos de vida. Quando há indicação de correção cirúrgica, a deformidade deve ser corrigida por completo e de maneira permanente.
Osteocondrose ou Epifisite
Os termos osteocondrose e epifisite designam transtornos que acometem epífises em fase de crescimento ativo. O transtorno pode estar localizado em uma única epífise ou, ocasionalmente, envolver duas ou mais epífises simultânea ou sucessivamente. Em geral a causa é desconhecida, mas existem indícios de falta de vascularidade em consequência de trauma, infecção ou malformação congênita.
A osteomielite é uma inflamação do osso causada por um organismo infeccioso. A infecção pode ser limitada a uma única porção do osso ou pode envolver várias regiões como a medula, a cortical, o periósteo e mesmo o tecido mole adjacente.
A classificação da osteomielite baseia-se em vários critérios, como a duração e o mecanismo de infecção e o tipo de resposta ao hospedeiro à infecção. A osteomielite pode ser classificada como aguda, subaguda ou crônica, dependendo da duração dos sintomas.
Osteomielite Hematogênica Aguda: é o tipo mais comum de infecção óssea e, em geral, é vista em crianças. É mais comum em homens em todos os grupos etários afetados. A osteomielite aguda é causada por uma bacteremia, a qual é uma ocorrência comum na infância.
Osteomielite Hematogênica Subaguda: comparada com a osteomielite aguda, a osteomielite hemtogênica subaguda tem um início mais insidioso e não apresenta a gravidade dos sintomas, o que torna difícil o diagnóstico desta doença. Em virtude da evolução lenta da osteomielite subaguda,o diagnóstico normalmente é retardado por mais de 2 semanas. Sinais e sintomas sistêmicos são mínimos. A temperatura está apenas levemente elevada, se estiver. Dor moderada é um dos únicos sinais constantes que sugerem o diagnóstico.
Osteomielite crônica: osteomielite crônica é difícil de erradicar completamente. Os sintomas sistêmicos podem regredir, mas um ou mais focos no osso podem conter material purulento, tecido de granulação infectado ou um sequestro. Exacerbações agudas intermitentes podem ocorrer durante anos, e muitas vezes, respondem bem, mediante repouso e administração de antibióticos. A marca característica da osteomielite crônica é osso morto infectado dentro de um envoltório de tecido mole comprometido. Os focos infectados dentro do osso estão envolvidos por osso esclerótico, relativamente avascular, coberto por um periósteo espessado e músculo e tecido subcutâneo cicatricial. Este envoltório avascular de tecido cicatricial bloqueia a ação dos antibióticos sistêmicos,tornando-os relativamente ineficazes.
Diagnóstico
A avaliação da osteomielite baseia-se em estudos clínicos, laboratoriais e de imagem. O principal é obter uma biópsia para avaliação histológica e microbiológica do osso infectado.
O exame físico deve focalizar a integridade da pele e do tecido mole, determinar áreas de dor à palpação e avaliar a estabilidade óssea e o estado neurovascular.
Os estudos laboratoriais geralmente são inespecíficos e não fornecem nenhuma indicação da gravidade da infecção.
Múltiplos estudos de imagens estão disponíveis para avaliar a osteomielite crônica; entretanto, nenhuma técnica é capaz de confirmar ou excluir de modo absoluto a presença da osteomielite. Estudos de imagem devem ser realizados para confirmar o diagnóstico e para ajudar a preparar o tratamento cirúrgico.
Conforme previamente mencionado, o principal no diagnóstico da osteomielite é uma biópsia com cultura e teste de sensibilidade. Uma biópsia não é útil somente para estabelecer o diagnóstico, mas também o é para determinar o esquema antibiótico apropriado.
Tratamento
Geralmento o tratamento para osteomielite e com antibioticoterapia e nos de osteomielite crônica não pode ser erradicada sem tratamento cirúrgico. A cirurgia consiste em sequestrectomia e ressecção de osso e tecido mole cicatricial e infectado. O objetivo da cirurgia é erradicar a infecção obtendo-se um ambiente viável e vascular. Desbridamento inadequado pode ser uma razão para a alta taxa de recidiva na osteomielite crônica. É importante ser realizado o tratamento em conjunto com um infectologista.
A paralisia cerebral é uma encefalopatia não hereditária, não progressiva, que ocorre no período pré-natal ou perinatal, caracterizada por alteração das funções motora, sensitiva e frequentemente intelectual. A função da mão é prejudicada de alguma forma em todos os tipos, exceto possivelmente na paraplegia espática. As deformidades mais comuns encontradas são: adução do ombro, rotação interna, flexão do cotovelo, pronação do antebraço, flexão do punho e dedos, polegar na palma e deformidades em pescoço de cisne. Muitos procedimentos cirúrgicos têm sido indicados em uma tentativa de corrigir essas deformidades. Os resultados iniciais foram imprevisíveis e desapontadores, principalmente em virtude da seleção inadequada de pacientes. Os extensos trabalhos de cirurgiões comprovaram certos princípios na avaliação e tratamento da paralisada cerebral da mão.
Avaliações cuidadosas, repetidas, de modo frequente durante um considerável período de tempo, são necessárias antes que a cirurgia possa ser aconselhada para esse pequeno grupo ou desencorajada para a maioria dos demais pacientes. As deformidades são consideradas como contraturas estáticas ( deformidades que não se corrigem com posicionamento compensador de músculo ou articução) ou deformidades dinâmicas, que são espásticas e lentamente corrigíveis.
Tratamento Não operatório
Tradicionalmente, imobilização precoce tem sido usada para prevenir contraturas fixas dos músculos e articulações. Se imobilização for necessária, uma tala bem adaptada, sem pontos de pressão, deve manter o punho em tanta extensão quanto for tolerada, com os dedos em extensão quase completa e o polegar fora da palma.
A terapia da mão, embora raramente bem sucedida em treinar uma criança para relaxar músculos espásticos, fortalecer músculos enfraquecidos e controla reflexos exagerados. A terapia também é valiosa para proporcionar suporte ao paciente e à família para lidarem com a doença, avaliar pacientes para procedimentos cirúrgicos e na recuperação pós – operatória de atividades funcionais.
Tratamento Operatório
Objetivos
Os objetivos do tratamento operatório em uma criança com paralisia cerebral devem ser muito espécificos e possibilitar a preensão e liberação úteis e higiene aceitável. Às vezes, melhorar a aparência da mão pela correção de uma contratura de aspecto feio pode ser também um objetivo modesto. A manipulação delicada de objetos raramente melhora com cirurgia, e a função normal da mão é um objetivo ilusório. A preensão e liberação serão possíveis apenas em crianças que tenham pelo menos sensibilidade suficiente para possibilitar percepção da extremidade. Subcorreção em vez de hipercorreção da deformidade ou disfunção é sempre preferida.